Sei que nunca venho cá. Não é porque não sei o que escrever, é porque tenho andado sem rumo. Passo os dias sempre a fazer a mesma coisa, ou seja, nada. Mas é agradavel estar sozinha. Por isso, hoje vou explicar-vos como tem sido os meus dias nas férias.
Acordo, ou demasiado cedo ou demasiado tarde. De qualquer das maneiras, tento voltar a adormecer. Se não consigo, fico horas deitada na cama a olhar para o vazio. E penso. Sobre nada, sobre tudo. Quando sei que é hora de sair da cama, arrasto-me até á sala com o meu cobertor e deito-me no sofá e deixou-me ficar por ali com a televisão ligada. Mais cedo ou mais tarde, levanto-me para ir buscar um livro e faço um chocolate quente ou um chá. Vou adiando a hora de almoço até á última, ou as vezes até nem como. Tanto faz, a comida já não me tem sabor.
Mais tarde, fecho-me no quarto e ligo o computador. Ponho a musica alta e deito-me outra vez. Fecho os olhos e oiço a música celestial e maviosa, e sinto que posso mergulhar nela para sempre, como mergulho nos sonhos. Chega a uma altura em que sinto que preciso de fazer alguma coisa, e normalmente vou ler, escrever ou ver alguma anime, ou, em casos de excepção, vou desenhar. Desenhos mórbidos sobre a agonia que sinto cá dentro.
Quando os meus pais chegam do trabalho, ponho um sorriso na cara e vou comer um pouco. Fico no computador escrever ou fico a ler até ser á noite. Posso passar a noite de duas maneiras: no quarto ou na sala. Quando fico no pc até madrugada, pego no Ipod e vou para a cama ouvir musica. Ultimamente tenho ouvido Portishead e The Cure, músicas melancólicas, em que fico horas deitada na cama com os fones nos ouvidos. Quando sinto que já estou num estado de sono inevitável, guardo o Ipod e meto-me debaixo dos lençóis. Nessa altura derramo demasiadas lágrimas, mas mais umas não vão fazer muita diferença, certo?
Se vou para a sala, fico a ver filme até muito tarde. Quando me canso, aconchego-me no sofá e deixo escapar algumas lágrimas. Mas sorrio, pois sei que sobrevivi a mais um dia.